Perguntar não ofende!
Se você fosse dirigir uma palavra aos políticos, diria o quê?
– Filhos das Putas.
E se você falasse outra palavra?
– Canalhas.
Continua.
– Escumalha.
Fale mais.
– Desgraçados.
Fale outra coisa.
– Miseráveis.
Diga outra palavra.
– Corruptos.
Mais uma.
– Pulhas.
Continua.
– Traidores.
A última palavra, não, a penúltima.
– Excrementos.
A última palavra, por favor.
– Mequetrefes.
Tá bom. Agora, permita-me uma pergunta: Depois de tantos elogios (10) – Filhos das putas, Canalhas, Escumalha, Desgraçados, Miseráveis, Corruptos, Pulhas, Traidores, Excrementos, Mequetrefes –, por que você votou nesses políticos que aí estão?
Você não precisa responder, eu faço uma ideia. Em primeiro lugar, certamente você pensa em repetir a intenção de voto nas próximas eleições; em segundo lugar, no fundo, no fundo, você gostaria de estar no lugar deles, dos políticos elogiados, fazendo a mesma coisa ou algo pior, de modo que votando nessa gente desprezível você alimenta o seu imaginário, e assim se locupleta virtualmente. Não é?
Calma, perguntar não ofende! Dizer o que se pensa não é crime. Por isso, sempre direi o que eu penso. Quer um exemplo? “A esmagadora maioria dos eleitores brasileiros não passa de um ‘monte de merda’ – isso para não fugir à regra dos conceitos firmados acima”. Bolsonaro prefere chamar de “monte de bosta”.
Augusto Avlis
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