Pequenos gestos, grandes exemplos.
Parada na portaria principal do condomínio estava uma família, que resolvera dar um passeio de bicicleta numa manhã ensolarada de sábado. À frente um menino na sua bicicleta com duas rodinhas atrás; em seguida o seu pai levando o filho menor na cadeirinha da bike; faltava a mãe, distante dez metros do grupo, mas que em segundos se juntaria.
Estava me encaminhando na direção da banca de jornal quando percebi o movimento. Parei e ofereci ajuda para abrir o portão para que todos passassem de uma só vez, com rapidez e conforto. Um a um a família agradeceu. O interessante que as crianças também levantaram o dedinho polegar em sinal de aprovação. Desejei um bom dia a todos e segui o meu caminho.
A uns trinta metros dali vejo uma mulher saindo do seu prédio carregando uma Bíblia Sagrada em um dos braços. Dei bom dia e ela não respondeu, marcou com firmeza os passos e empinou o nariz, como se eu não fizesse parte do seu mundo religioso, talvez por não carregar nenhum livro com palavras escritas sobre o seu Deus, talvez por estar mal vestido e calçado, talvez porque a minha barba estava por fazer. Sei lá. Essa senhora, supostamente religiosa, externou um grande gesto de mau exemplo. Escutar ela escutou o meu desejo de bom dia.
Em questão de três minutos presenciei duas cenas completamente diferentes; a segunda grotesca, o que me obrigou a mudar a expressão facial. Não tem importância não. As pessoas só dão aquilo que têm; umas lhe dão orgulho e alegria; outras decepção e tristeza. Essa mudança repentina de sentimento faz você sofrer, faz você pensar, só pensar. Bola pra frente. Imagens que se repetem no nosso dia a dia. Isso aconteceu comigo no sábado, 02 de junho de 2018.
Augusto Avlis
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