Cara emporcalhada
Amigos leitores, leiam, abaixo, o que eu escrevi num sábado, 11 de junho de 2005. Lá se vão 12 anos e 17 dias.
Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza. Esta máxima se aplica perfeitamente ao episódio vivido pelo PT nos últimos dias, diante das denúncias de corrupção que estarreceram a nação. É pura ingenuidade achar que essa prática é nova nos bastidores da política. O problema é que o PT foi com muita sede ao pote, ou melhor, com muita fome, sem conhecer os meandros dos antigos esquemas palacianos, herdados pelos detentores ou depositários do poder. Naturalmente, com o poder nas mãos, que foram trocadas pelos pés, os santos ilustres membros do Partido dos Trabalhadores bradaram aos pés da República: “Chegou a nossa vez”. “Vez de quê?”. Perguntaram os inocentes eleitores. Mas, alguém muito próximo do Ali Babá, mandou essa: “Como políticos de esquerda, formamos um conjunto ou coalizão de grupos empenhados na defesa ou instituição de uma ordem social baseada em princípios de igualdade e ampla participação. Portanto, se temos a prerrogativa da igualdade e do ilimitado direito de tomar parte no esquema, chegou a nossa vez de meter o pé na jaca”. E todos meteram ao mesmo tempo, cometendo excessos, excedendo os limites, exagerando na dose. Só que tem dois poréns: o PT deixou de fora do esquema as velhas raposas da oposição e os petistas abusaram do direito de comer melado e ainda deixaram a cara emporcalhada pra todo mundo ver.
Moral da história percebida em 2017: Do Mensalão pra cá, o PT aumentou o estoque de melado e convidou todos os partidos políticos para se servirem à vontade, deixando toalhas de bom linho à disposição para que cada qual limpasse a cara. Impressionante como tudo é tão atual.
Augusto Avlis
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