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Política

Alternativas políticas

Alternativas políticas

Não passará de falso conceito, seja qual for a definição que se queira dar, substantivamente, ao vocábulo “Alternativa”. A primeira ideia que vem à cabeça denota certa lógica: sucessão de duas coisas, uma de cada vez.

Se o carnavalesco Joãozinho Trinta fosse versado no estudo das leis do raciocínio, bem que poderia ter evitado aquela polêmica danada quando colocou no Sambódromo, em 1989, o “Cristo Mendigo”, que desfilou coberto por sacos pretos, em vez de mostrar Judas enforcado numa sala de tortura – que provavelmente daria o campeonato a Beija Flor. A Igreja Católica considerou o Cristo Mendigo uma “arte ofensiva”, portanto, externou manifesto de proibição à época. Cristo ficou quieto entre as nuvens.

O problema está justamente na “alternativa”, uma vez descartada, faz com que a segunda coisa nunca se suceda. Será que Alexandre, “O Grande”, tinha uma segunda opção quando colocou o nome de Bucéfalo no seu cavalo de guerra?

Alternativa também pode ter outra interpretação: opção; uma escolha entre duas coisas, ou mais. Bush jurou por Deus que não teve escolha quando mandou jogar a primeira bomba no Iraque, e que as dezenas de milhares de iraquianos mortos optaram por esse destino.

Deus, o pai de todos os Cristos, pode achar que não teve outra saída, permitindo que a Tsunami diminuísse a população da Ásia.

Por falta de coerência, há quem julgasse antipatrióticas as críticas ao então presidente Lula, que trocou um avião considerado ultrapassado por um novo, no valor de US$ 56 milhões, pelo fato de não ter alternativa para gastar dinheiro público. O Cristo Mendigo certamente desaprovaria tal compra.

Há, diga-se de passagem, aqueles que passam batidos, indiferentes, por mera premeditação, como a equipe econômica do governo federal, entendendo que a construção da desgraça alheia é, simplesmente, a única alternativa. Por alternativa, chego à conclusão que o problema do Brasil não é o excesso de metáforas, e sim, a falta de semântica.

O passageiro da agonia – presidente Michel Temer – dirá que não teve alternativa quando for indicar o nome do novo Ministro para o Supremo Tribunal Federal, que ocupará a vaga deixada pelo falecido Teori Zavascki. A morte misteriosa do relator da Lava-Jato no STF, Teori Zavascki, foi a melhor alternativa encontrada pela máfia política para atrasar o máximo possível o andamento do processo.

Augusto Avlis

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Sobre augustoavlis

Augusto Avlis nasceu no Rio de Janeiro na metade do século XX. Essa capital foi antes o Distrito Federal e o Estado da Guanabara. Profissionalizou-se em Marketing Operacional e fez parte, como Executivo, de multinacionais do segmento alimentício por mais de três décadas, além de Consultor de empresas. Formado em Comunicação Social, habilitou-se em Jornalismo. Ocupou cargo público como Secretário de Comunicação. Hoje dedica-se às atividades de escritor e cronista.

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