O poder e o crime convivem lado a lado de maneira que um exerce influência sobre o outro. Ainda que sejam duas sensações distintas, poder e crime, cada qual caminhando na sua própria estrada, lá na frente acabam se encontrando e criando vínculos de interdependência, sobretudo quando surge um terceiro agente, o dinheiro – acompanhado da facilidade de obtê-lo. Objetivos traçados, em um determinado momento da relação espúria, o canibalismo torna-se inevitável. O poder do mandatário nem sempre se sobrepõe à desobediência e à falta de juízo do criminoso paralelo. O “influenciador” muda de perfil quando lhe convém; quem manda passa a obedecer e quem é ordenado acaba mandando.
No julgamento da Ação Penal 470, Processo do Mensalão, nós vimos o Supremo Tribunal Federal ser transformado num novo Ministério do Executivo; pelo menos foi essa a impressão que determinados ministros nos passaram durante as 53 sessões consumidas, sem contar com tantas outras sessões destinadas ao julgamento dos Embargos de Declaração e dos Embargos Infringentes. Nas Eleições de outubro 2014 também vimos o Tribunal Superior Eleitoral “sofrer” mudanças das suas competências, dando a ideia de que o Poder Executivo exercia algum tipo de influência. O “influenciador” muda de perfil quando lhe convém; quem manda passa a obedecer e quem é ordenado acaba mandando. O STF e o TSE deveriam ser tombados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em razão da vinculação daqueles dois institutos a fatos da história recente do Brasil e por seu excepcional “valor artístico” de interesse público.
A temerária cumplicidade entre o poder e o crime, que sempre foi colocada debaixo do tapete vermelho, tem suas origens e graus de interesse. Os malfeitos do PT, e dos seus aliados, se continuarem recebendo um ‘tratamento materno’ por parte das instâncias que deveriam primar pela Justiça, teremos brevemente um colapso social no país com sérias consequências – e a credibilidade do Brasil jogada às ravinas. Não dá para imaginar o STF ser transformado em “Corte de Injustiças”. A Operação Lava-Jato, deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março de 2014, está se desenhando um “divisor de águas” na questão das atuações investigativas por parte da PF e do MPF. A enxurrada de denúncias que envolvem a Petrobras tem deixado a opinião pública abalada – o efeito dominó é avassalador.
O gigantesco esquema de propinas que sangrou impiedosamente os recursos da maior estatal brasileira põe um ponto de interrogação sobre as nossas cabeças: Por que isso não foi descoberto antes? A meu sentir, o poder de decisão para mudar de fato e de direito o Status quo criminoso estava comprometido até o pescoço. Dependendo das circunstâncias, o crime compensa e o poder é descartado temporariamente em função dos ganhos obtidos.
Augusto Avlis
Navegue no Blog opiniaosemfronteiras.com.br e você encontrará 599 artigos publicados em 14 Categorias. Boa leitura.
Realmente vc tem toda razão, qdo diz que o poder é descartado em função dos ganhos obtidos,eles não vão parar por enquanto esse partido não saquear os Brasileiros, a miséria nos espera.É triste saber quão ignorante e insensível é esse povo. Também nunca passaram fome, nunca tiveram que abrir mãos das facilidades, dos jeitinhos. Assim nasce a malandragem, o inescrupuloso. Agora, para por um freio em tudo, temos que penar, passar por situações que muitas vezes nos deixa arrasados, sentimento de inutilidade, sem direção. Assim vale a máxima do ex-presidente Getúlio. “Para os amigos tudo,para os inimigos os rigores da lei”.
Publicado por Nair Santos | 25/11/2014, 19:38“PARA OS AMIGOS TUDO, PARA OS INIMIGOS OS RIGORES DA LEI”. Esta frase, de autoria de Getúlio Vargas, tem pouco mais de sete décadas. Ela simplesmente resume o nivel de podridão e desqualificação das nossas Instituições como um todo. Veja como que na década de 40 (1940) a visão de um estadista retratava as mazelas de governo e ao mesmo tempo mostrava aos brasileiros a sua diversidade e multifaceta – a partir deste cenário as Leis são feitas e aplicadas segundo diferentes condições, influências e poderes dos indivíduos que, uma vez agrupados, formam as sociedades organizadas.
Publicado por augustoavlis | 26/11/2014, 09:52