“Com o advento da morte é atribuída ao morto maior quantidade de adjetivos positivos – concedidos pelos vivos, que descrevem, qualificam e caracterizam o morto”.
Augusto Avlis
Quem morre perde os defeitos, na opinião daqueles que desejam tirar proveito da situação. A dor dos parentes é consolada por lágrimas conjuntas, por confissões de amizade antiga, por companheirismo inseparável, por convergência de ideais, opiniões e visão de futuro. Mas, ninguém queria estar no lugar do morto, ainda que com a possibilidade de se tornar mártir. Na boa e recomendada prática política, o uso constante de adjetivos é condição obrigatória, indispensável – palavras que descrevem o caráter do locutor. Todo o cuidado é pouco na hora de ouvir os adjetivos, de interpretá-los, porque eles são variáveis, concordam em gênero e número com o substantivo e, na política, nem sempre admitem flexões de grau. Ultimamente, por força do modismo, os políticos têm se valido de certas locuções adjetivas, tais como: “Político de coragem”, “Homem do povo”, “Candidato de fibra”, “Político da esperança”, e por aí vai. Aproveitando-se da situação, chacais oportunistas e porcos políticos surgirão por toda parte. As raposas, comovidas, espreitam.
Augusto Avlis
A morte de politicos sempre foi trampolim para os espertalhoes. Realmente as raposas sempre as espreitas..
Nair,
A meu sentir, o Marketing político é nocivo, emprega estratégias de comunicação com o objetivo de “anestesiar” a massa de eleitores. O episódio envolvendo a morte de Eduardo Campos será explorado até quando for possível, assim como se espreme uma laranja até ficar no bagaço seco.
Forte abraço,
Augusto