Mané: – E aí Zé? Não nos vemos há muito tempo.
Zé: – É. E aí o quê?
Mané: – Fala Zé! Sempre com essa mania de poucas palavras!
Zé: – Tá bom. Esse tal de Mensalão, que troço é esse?
Mané: – Sei não Zé…
Zé: – Tá vendo, é você agora com poucas palavras, parece que não estudou cultura brasileira. Ô Mané, ouvi falar que o Mensalão é a melhor coisa que inventaram pra roubar o nosso dinheiro, o teu, o meu e de todo mundo que mora nessas bandas.
Mané: – Como assim Zé?
Zé: – Você tá parecendo o Lula, que nunca sabe de nada. Mané, é um montão de gente boa que se reúne no salão de festas que fica bem ao lado da sala do presidente da República, discute a melhor estratégia da prática dos crimes, distribui as tarefas entre eles (nada difícil de fazer porque a organização criminosa tem cobertura palaciana e amplos poderes para agir) e depois é só partir para o ataque aos cofres públicos. É uma coisa tão boa que eu até queria entrar no esquema pra roubar um pouquinho também, oportunidade pra usar terno e gravata como aquela gente boa.
Mané: – Por que Zé?
Zé: – Questão de coerência. Roubando junto com aquela gente boa eu recuperarei o meu dinheiro de volta, tudo o que eu paguei de impostos para o governo, que antes roubou de mim e não fez nada por nós. Viu? Quem é Mané é você!
Mané: – Saquei cara! Procede. Mas, você roubará também o dinheiro dos outros irmãos brasileiros iguais a você. Ainda bem que não tenho essa preocupação.
Zé: – Os meus irmãos brasileiros são enrabados todo dia por aquela gente boa do governo e do Mensalão e ainda pedem desculpas porque deram as costas. Por que você não tem preocupação Mané?
Mané: – O governo através de um tal de IBGE me classificou numa categoria de risco social.
Zé: – Miserável?
Mané: – Não, “Olho grande”, segundo a outra metade de gente boa que tem no governo, eu tenho tendência a roubar tudo pra mim. A psicóloga do município já me falou isso.
Zé: – Procede Mané. O povo brasileiro é foda mesmo; sempre querendo tudo pra ele, moradia, saúde, saneamento básico, educação, emprego, alimentação, transporte, lazer, enfim…
Mané: – Você sabia que o seu xará Zé, o tal de Zé Dirceu tá com o CU na mão?
Zé: – Sabia não! Por que será que Zé Dirceu está com o tobas na mão, será que fará operação de hemorroida?
Mané: – Ele tá com o CU na mão disposto a dá-lo aos Ministros do STF na tentativa de se livrar da condenação no Processo do Mensalão. Tô começando a entender como funciona o tal do Mensalão; é um tal de troca-troca do cacete, é CU pra lá, é CU pra cá… Agora prefiro ser miserável, pretendo ficar com o meu CU só pra mim.
Zé: – Fiquei sabendo que o meu xará e também testa de ferro do Lulaéreo, Zé Dirceu, ficou tristinho com a condenação do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, pelo STF.
Mané: – Pois é! Veja só Zé, tem horas que eu prefiro continuar louco, aquela gente boa que habitava a Gruta Central sai com cada uma que não dá pra entender. Além do mais, Zé Dirceu e João Paulo Cunha eram amiguinhos, acho até que os dois trocavam de mãos quando o CU de cada um estava nelas. O CU ia junto.
Zé: – O companheiro Zé Dirceu usou o nosso nome quando se referiu ao condenado do João Paulo Cunha: “Não era um Zé Mané no partido”.
Mané: – Eu não dei autorização para o Zé Dirceu usar o meu nome, e você também não, não é Zé? O Lula também não deu autorização para o Zé Dirceu arrombar o cofre, acredita?
Zé: – É. Mas não tem problema. Esse testa de ferro vai tomar ferro do STF porque ocupou o lugar do Lulaéreo, assumiu a responsabilidade dele, assinou por ele o pacto com a quadrilha e assumiu a autoria dos crimes no lugar do presidente sarabulhento.
Mané: – Por causa disso eu vou parar de chamar você de Zé, daqui pra frente irei chamá-lo de “Menzelão”. É mais bonito.
Zé: – Tá.
Mané: – Menzelão, você acha que essa história de Mensalão vai se repetir depois de passado o julgamento?
Menzelão: – Sei não!
Mané: – Algo me diz que surgirá no país coisa pior, tá vindo aí o “Trimestralão”.
Menzelão: – A gente pode patentear esse nome antes que algum Ministro da Dilminha o faça.
Mané: – Então vamos patentear junto o nome “Semestralão”.
Menzelão: – Caramba! Lembrei-me, preciso patentear o meu novo nome, “Menzelão”.
Mané: – Menzelão, você concorda comigo que essa porra de corrupção jamais acabará no Brasil.
Menzelão: – Mané, isso é uma pergunta ou uma afirmação?
Mané: – Qualquer porra!
Menzelão: – Então, eu digo que a corrupção jamais acabará no Brasil porque as eleições de 2012 para Prefeitos e Vereadores trarão para o poder novos bandos, alcateias, catervas, facções, farândolas, grupos, hordas, maltas, punhados, quadrilhas e novas súcias.
Mané: – Para que isso não se repita nas eleições de 2014, e para inibir a germinação do mal, que tal a gente processar os advogados de defesa dos réus do Mensalão por mentirem tanto nas suas sustentações orais?
Menzelão: Você tem CU, Mané?
Mané: – Deixa-me ver… Tenho sim.
Menzelão: – Então, Mané, esquece isso. Vamos pular?
Mané: – Já sei. Lula de novo Presidente. Eu, heim?! Do outro lado só tem louco!!
Leitura recomendada: Livro Polítitica
Augusto Avlis
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