Lula, enfim, posou para a foto presidencial – aquela foto oficial que “decorará” todas as repartições públicas espalhadas pelo Brasil inteiro e todos os diretórios do PT –, mas, sem a faixa que recebeu de Fernando Henrique Cardoso (FFHH). Não porque a esqueceu dentro do armário, mas por vontade própria. Ninguém entendeu absolutamente nada; nem o Bobo da Corte.
Tudo bem que o seu sorriso largo, “Made in Brazil”, o tenha deixado bonito na foto. A questão não é essa. Não me recordo doutro Presidente da República Federativa do Brasil ter feito pose para a foto oficial sem a faixa presidencial – símbolo nacional que dignifica o mais ilustre mandatário do país. Lula levou quase duas décadas para conseguí-la e agora parece desprezá-la. Seria peso da responsabilidade, ou medo que alguém pudesse tomá-la de volta? Seria mera precaução para não pegar os fluidos de FHC x 2, ou pressentimento que alguma coisa venha a acontecer de errado? Isto está parecendo mais uma peça de ficção; uma história da carochinha. Talvez Lula quisesse benzê-la na macumba, antes de usá-la; vá saber.
Deixar de usar a faixa presidencial não o torna mais humilde, igualando-se com a maioria do povo que o elegeu. Lula desconhece – as pessoas mais próximas deveriam lhe falar – que a faixa também pode representar um intervalo entre dois limites: o fracasso e o sucesso. Sair-se malsucedido ou ter bom êxito vai depender, e muito, de “variáveis” que denotem ingerência. A partir daí é que realmente poder-se-á tomar uma decisão entre usá-la com galhardia ou renegá-la para sempre. Com ou sem faixa, de nada adiantará montar bases operacionais nos Estados, conforme vontade do próprio presidente Lula, para tentar fugir das “sombras palacianas” e buscar maior aproximação com o povo, fato este que ninguém pode garantir que aconteça.
Os mais ousados políticos sugeriram que Lula reproduzisse a sua foto oficial, com uma faixa virtual, no tamanho 5×7 e a distribuísse – como santinho – a todos os participantes do Fórum Social Mundial (FSM) de Porto Alegre e do World Economic Fórum, de Davos, na Suíça. Cada ministro de Lula também receberia algumas centenas de milhares de unidades para usá-las na “atual campanha” de reeleição presidencial. Vive-se o clima de 2006. O Programa Fome Zero é a primeira prova disso. Enquanto a vaca tosse, o povo aguarda os novos acontecimentos com uma faixa preta no peito.
Augusto Avlis
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Pingback: Livro Polítitica « Opinião sem Fronteiras - 29/07/2012