Sexo. O papo continua…
Na verdade, a continuação do papo sobre sexo, neste espaço reservado, deva-se a um fato: Se conto essas histórias na Crônica anterior (Sexo oral – É a vez dele), com certeza ela ficaria muito extensa e demorada a sua leitura, o que poderia atrasar o começo da relação amorosa de algum leitor; prova da minha compreensão. Inspiração, tesão e vontade de defecar, a gente aproveita na hora, caso contrário, tudo passa, e então, já era. O corretor de texto do meu notebook pediu para substituir a palavra ‘tesão’ por ‘excitação’. Falsa moral até na tecnologia informatizada. Vamos ao que interessa.
Cada mulher esboça uma reação diferente quando faz, ou melhor, quando recebe sexo oral. Umas fingem-se de mortas, outras riem sem parar, outras cruzam as pernas sufocando o pobre coitado do chupador, outras tremem como vara verde, outras desmaiam ou morrem de verdade, outras dizem categoricamente: – Acabou cara, sai logo daí, cai fora. Gozando, ou não. Conheço mulheres que dizem sentir ‘gastura’, uma espécie de aflição, agonia, uma coisa que irrita; um prurido, comichão, arrepio. Já ia me esquecendo, aquelas que gozam, de verdade, sentem uma vontade danada de mijar logo em seguida, perdão, de fazer xixi, porque quem ‘mija’ é homem e não mulher. Uma questão de delicadeza. Outro dia, se não corro levava um esguicho de urina na cara, mais conhecido como “chuva de prata”.
Fingir é com elas, sobretudo quando querem se livrar do parceiro o mais rápido possível, independente do motivo: mau hálito, o popular cecê (mau cheiro nas axilas), chulé, existência de badalhoca na periferia do ânus, enfim, umas afirmam que sabem enganar o homem quando simulam o gozo; o pior é que tem babaca que acredita nisso. Um conselho para os menos experientes: todo ser humano, eu disse todos, no ato do orgasmo, dá várias piscadelas; explico melhor: piscadelas não se referem à ação de fechar e abrir rapidamente os olhos da cara, eu disse categoricamente com todos os pingos e is, que são as piscadelas que o CU, perdão novamente, que o ânus dá quando a pessoa está gozando. Para se comprovar isso, basta enfiar a falange do dedo mindinho lá e sentir as “mordidinhas”. Consultoria sexual gratuita, aproveitem. Então, viram como é fácil? Homens, não se deixem enganar pelas fêmeas. Uma recomendação: aparem bem as unhas porque na hora podem acontecer surpresas agradáveis.
Por falar em surpresas agradáveis, um amigo próximo ainda não teve o prazer de experimentá-las. Certo dia foi almoçar com a sua amada num restaurante chique (coisa de pobre) e o casal pediu uma suculenta macarronada à moda da nona. Serviram-se nababescamente quando, de repente, eis que um cabelo surge no prato desse meu amigo, antes de terminada a refeição. Como sei que ele sempre teve algo de fresco, não perdeu tempo: escandalosamente chamou pelo gerente da casa e tascou-lhe um esporro daqueles. Resumo da ópera; o cozinheiro foi mandado embora com todas as honras italianas. Esse meu amigo sentiu-se vingado, pagou a conta e foi embora; só que naquele dia não conseguiu comer a sua amada porque ela ficou com pena do coitado do cozinheiro e ficou sem clima para ter relações sexuais – eu acho até que ela queria dar pra ele, o cozinheiro. Passada uma semana, cumprindo agenda periódica de trepadas, o meu amigo leva a mesma amada a um motel da cidade, não tão chique como o restaurante italiano. Para seu azar, o bendito cozinheiro, ainda desempregado, também entrara no mesmo motel, gastando parte da sua indenização com as putas do bairro. O cozinheiro o reconheceu, esperou o momento oportuno para abordá-lo. O cozinheiro pôs-se a olhar pelo buraco da fechadura da porta do quarto onde estava esse meu amigo, viu que o dito cujo estava com a cara mergulhada e a boca enfiada na ‘cona’ cabeluda da sua amada; daí arrombou a porta e vociferou: – Seu filho da puta, você me fez perder o emprego por conta de um simples cabelo na macarronada e agora lhe pego com a boca lotada de pentelhos. O meu amigo, com a fleuma de bom babaca, mandou essa: – Espera aí meu amigo; cada coisa no seu devido lugar. Mas, se eu encontrar um fio de macarrão aqui nesta buceta eu dou uma porrada nela. Descobri mais tarde que a gostosa pentelhuda se ofendeu, mandou o meu amigo catar coquinhos e em seguida deu para o cozinheiro, que me confirmou a história no mesmo restaurante donde foi demitido.
Continuando com as histórias verdadeiras, lembro-me de uma que o meu pai me contou, poucos dias antes de me casar com a atual, única e maravilhosa mulher. Vamos parar com esse papo mole. Disse ele: Numa pequena cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro, São João da Barra (que, a propósito, é a cidade de nascimento do meu pai), uma família tradicional, extremamente religiosa, tinha duas filhas solteiras. Geralmente uma dessas filhas é loira e a outra morena; e eram assim, pra variar. Pois bem, foram educadas rigidamente, nos padrões da época, impostos por uma sociedade castradora, honesta e totalmente fiel aos seus princípios cristãos. A preservação da virgindade das jovens era seguida à risca pela família, sobretudo pelos pais, que a defendiam a qualquer custo. Ai de quem ousasse romper um hímen; ou seria castrado, ou casaria com a rompida sob ameaça de um calibre 38 – muito sofrimento causado ao pobre homem só pelo fato de esfacelar a membrana que fecha parcialmente a vagina. Mas, já dizia o meu amigo Juca Chaves: – Água de morro abaixo; fogo de morro acima; e mulher quando quer dar, ninguém segura. Moral da história: as duas resolveram dar. A loira perdeu o cabaço, o pai descobriu, e foi expulsa de casa sem se casar, porque o comedor foi o padre da cidade e o caso foi abafado a pedido do Arcebispo. A loira entrou para o convento, motivada pelo trauma. A morena, como só fazia sexo anal, recebeu as bênçãos, casou virgem, de véu e grinalda. Esta última corneou o marido até os seus últimos dias. Meu pai comentou que descobriu que as duas não gostavam de fazer sexo oral porque consideravam pecado grave, uma vez que a boca deveria ser usada tão somente para a pessoa se alimentar e rezar aos pés dos santos, segundo ensinamentos.
E por falar em boca, recordo-me de outro ‘causo’ ocorrido em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais. Como tem histórias lá praquelas bandas! Ah, isso tem. Foi assim que aconteceu: Depois dos três casamentos, que aconteceram juntos, as três irmãs foram passar a lua de mel na fazenda da família. A mãe delas, cumprindo o papel de conselheira, prescreveu algumas recomendações: – Minhas queridas e amadas filhinhas, a mamãe não consegue esconder tamanha felicidade; é chegado o grande momento pelo qual vocês esperaram tanto. A primeira noite de uma mulher é para nunca ser esquecida. Sejam carinhosas com os seus maridos e facilitem as coisas para eles. Não façam o que a mamãe fez há quase 30 anos, achar que os testículos entravam junto com o pênis; por conta disso, permaneci virgem por mais 15 dias porque o saco do seu pai ficou mais inchado do que fruta-pão quando passa do ponto de colheita. As filhas ouviam atentamente os conselhos da mãe preocupada, que continuou: – E pra terminar quero que vocês saibam que a mamãe permanecerá acordada por toda a noite e se precisarem de alguma coisa é só dar o sinal que estarei pronta para atendê-las. No dia seguinte, no café da manhã, quando as quatro mulheres estavam a sós, a mãe cautelosa puxa a conversa: – Como vocês não me acionaram durante a noite fui conferir de perto só para ver se tudo estava correndo bem com vocês. Passei pela porta do quarto da Maria e escutei os sussurros do casal e fui direto para a porta do quarto da Joana e também percebi que estava tudo bem porque fazia juras de amor. Porém, não escutei nada ao encostar o ouvido na porta do quarto da Ana. Houve algum problema minha filha? A Ana, com o semblante corado, disse à mãe: – Mamãe você mesma não me ensinou que falar de boca cheia é falta de educação?
Por essas e outras que devemos respeitar as intimidades dos casais. Nos seus momentos de mais pura afeição, passam a se conhecer de fato, e, com o passar dos anos, tendo as relações se fortalecido, ir ao banheiro fazer as suas necessidades diárias com a porta aberta e soltar gases mortíferos na presença um do outro, sobretudo quando estão “fazendo amor”, são atos corriqueiros. O importante, além de curtir o cheiro agradável dos sonoros peidos, é confessar de coração aberto: – Amor, eu não consigo mais viver sem você.
Estou devendo dois conceitos: 1º) Badalhoca: merda seca que fica presa aos pentelhos do ânus. 2º) Cona: terminologia portuguesa empregada para designar a vulva, ou seja, outro nome que se dá à buceta.
Nota: Prefiro “buceta” a “boceta”, por uma razão deveras simples, fico mais próximo das minhas origens portuguesas. Além mar inexistem preconceitos sexuais.
Augusto Avlis
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