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Política

Curta e grossa – 9ª parte.

Curta e grossa – 9ª parte.

CAIXAS DE RESSONÂNCIA. É nisso que os grupos sociais se transformaram, com destacada competência. Ah, mas foi sempre assim, o que se diz aqui se ouve ali. Não é bem assim. Ouve-se ali porque outras bocas falam o que escutaram em algum lugar. As verdades têm caminho curto, enquanto as mentiras se propagam com mais facilidade em longas distâncias – parecem estimulantes. Aliás, as bocas que falam aleatoriamente têm a predisposição de alterar os fatos. Imagine você se pudéssemos contabilizar os “ruídos mentirosos” capturados em todas as esquinas das cidades. As bocas falam o que querem, sem prévio pensamento – sim, é verdade – não obstante, as mentes trabalham como máquinas de Raios-X, permitindo visualizar a caveira das vítimas.

A inversão de valores foi proposta pela Indústria Cultural (Meios e Veículos de comunicação de massa) através de programas recheados de mensagens subliminares dirigidas aos públicos de todas as idades, e corroborada pelo “Sistema Educacional-Educativo”, que nas últimas duas décadas deformou conceitos básicos da “visão de mundo” (Cosmovisão), desfigurou o currículo escolar e transformou as escolas e as universidades (praticamente todas) em centros oficiais de formação político-ideológicos. O que é certo e o que está errado nessa história? Como se situar nesse contexto? A relação lugar x tempo nos deixa mais perdidos ainda; dá a impressão que não sabemos onde estamos e desconhecemos a noção das horas, dos dias, enfim.

O que acontece quando as regras não são seguidas? As Leis são infringidas, transgredidas, e para cada caso específico infligi-se pena de castigo, impõe-se repreensão – a rigor. As sociedades modernas tomaram um rumo perigoso quando abriram precedentes para que cada subgrupo humano (segunda hierarquia social) estabelecesse seu particular conceito de moral e ética, fator determinante na criação de um cenário confuso, obscuro, no qual os indivíduos fazem exatamente o contrário daquilo que deveriam ter feito – ou aconselhados. As referências desfazem-se como flocos de neve na medida em que família e religião deixam de ser divisores de águas. Regras quebradas aleijam as atitudes e mutilam comportamentos. Cada identidade revela multiface.    

A quem responsabilizar? As Instituições e demais entidades públicas e/ou privadas? Estruturas desorganizadas interferem no percurso dos acontecimentos. O Sistema Educacional-Educativo deveria propiciar os meios garantidores do direito à educação de qualidade, porém, como as próprias hierarquias sociais estão fustigadas pela inversão de valores, fica quase impossível conceitualizar o certo e o errado. Atribuir juízo de valor é pretensão inócua. A transferência de responsabilidades, modus operandi em evidência, impede-nos de descortinar a realidade. As oportunidades ficam cada vez menores e, portanto, não há pra onde correr porque o horizonte inexiste.

A contínua destruição das mentes está adiantando o processo de subserviência, da submissão voluntária a novos sistemas. Daqui a pouco tempo viramos robôs sem cérebro. Com chips implantados seremos transformados em máquinas de carne e ossos, a mercê de máquinas de verdade – totalmente dependentes da inteligência artificial. O presente é assustador, o futuro nos reserva algo pior. As mudanças que estão por vir não definirão absolutamente nada, apenas esconderão um mundo desconhecido.

Augusto Avlis

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Sobre augustoavlis

Augusto Avlis nasceu no Rio de Janeiro na metade do século XX. Essa capital foi antes o Distrito Federal e o Estado da Guanabara. Profissionalizou-se em Marketing Operacional e fez parte, como Executivo, de multinacionais do segmento alimentício por mais de três décadas, além de Consultor de empresas. Formado em Comunicação Social, habilitou-se em Jornalismo. Ocupou cargo público como Secretário de Comunicação. Hoje dedica-se às atividades de escritor e cronista.

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