Sobrevivi
Você viaja, fica um bom tempo longe de tudo, e quando volta, tem a sensação de retornar para um lugar do qual nunca partiu. Tudo está diferente, irremediavelmente modificado, o que interfere no processo de readaptação.
Para muitas pessoas eu morrera como indigente, porque assim impõe o isolamento. Não as culpo, sobretudo os meus “dezessete” seguidores, pelo fato de não terem sentido a minha falta nesses 216 dias de sumiço, até porque a mídia da fofoca despertou-lhes maior interesse.
A última publicação aqui no meu Blog foi em 12 de junho de 2018. Numa rápida consulta verifiquei que o tema discorrido foi “Consumo consciente e o impacto no meio ambiente – 4ª parte”. Um assunto pra lá de chato como o piolho-da-púbis.
Não acreditando em ameaças, sobrevivi a vários atentados, ainda que no Pretérito Perfeito do Indicativo. Hoje, no tempo Presente, eu estou vivo, bem vivo, sem saber que estarei no Futuro, numa data não marcada. A vida é isso, cheia de altos e baixos, repleta de surpresas, onde o imponderável brinca de destino.
Temos um novo presidente da República, um candidato sobrevivente dum esfaqueamento mandado – ordem emitida, sabe-se lá por quem (sabemos sim), que deveria ter sido cumprida à risca. Lula continua preso. As eleições de 2018 colocaram no poder temporários artífices da honestidade. O Supremo Tribunal Federal, com as mesmas caras, continuará interpretando a Constituição como se mercadeja peixe podre em feiras livres. O Congresso Nacional estabelecerá o seu preço, como dever de ofício – conforme a Pseudociência determina. O povo, que povo?
Daqui pra frente prometo que tomarei mais cuidado ao escrever; caso contrário serei eu o esfaqueado. Por enquanto, eu sobrevivi. Não há novos projetos à vista, senão um recomeço.
Augusto Avlis
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