>
Você está lendo...
Política

Cravando os cascos

Cravando os cascos

Os petistas ferrenhos se comportam como cavalgaduras. Discutir com essa gente é perda de tempo, o clima é de guerra, o tempo fecha e corre-se sério risco. A estratégia é recuar. Não se trata de abrir mão das nossas convicções, mas sim de nos adaptarmos aos fatos. Um burro quando crava os cascos no chão dificilmente você conseguirá fazê-lo andar; as suas tripas cairão em decorrência da ação contínua das esporas, o seu lombo sangrará devido às chibatadas, mesmo assim ele não sairá do lugar. O mesmo acontece com um cavalo quando vê um fantasma.

A presidente Dilma Rousseff se reuniu no Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira, 07 de dezembro de 2015, com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e mais trinta juristas contrários à abertura do processo de Impeachment, acatado pelo presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no final da tarde da última quarta-feira, 02. Depois da reunião Dilma concedeu entrevista coletiva à imprensa e, como sempre, parece não ter descido do palanque. Nas entrelinhas, Dilma Rousseff, a presidente da metade do Brasil, declarou guerra aberta aos golpistas e demonstrou estar disposta a ir até as últimas consequências para defender o seu mandato conquistado democraticamente nas urnas. Falaram José Eduardo Cardozo, o ministro Luís Inácio Lucena Adams, advogado-geral da União, e alguns juristas simpatizantes do Partido dos Trabalhadores. Assisti ao espetáculo governista, ao vivo, pela Globo News – uma festa particular com forte mensagem subliminar.

Chamam atenção alguns pontos. Juristas favoráveis ao Impeachment não estavam presentes na reunião. O discurso do governo não poderia ser outro, senão este, o tradicional “nós contra eles”, retórica com o objetivo de fazer a massa acreditar que não existe motivo para Dilma perder o cargo e que a oposição tenta um golpe ao arrepio da Constituição. Segundo o governo não há base jurídica que dê sustentabilidade ao pedido de afastamento da presidente. Esta tese é defendida pelos 30 juristas contrários à abertura do processo de Impeachment, presentes ao encontro. A maioria dos eminentes juristas que manifestaram opinião, tentaram, mas não esconderam a tendência partidária e deixaram transparecer que fecharam posição com o governo, de modo que o tom de algumas falas ultrapassou o nível da discussão jurídica e entrou na seara política. Lamentável do ponto de vista da isenção. Com a “convocação” dos juristas o governo abriu a “terceirização” da sua defesa.

“Eu não sou ladra”. Tudo bem, Dilma Rousseff, você afirma que não roubou, mas, permitir que roubassem os cofres públicos, sem fazer absolutamente nada, é cumplicidade. O silêncio pode ser interpretado como co-autoria nos delitos. O governo da petista está se arvorando em garantias, em buscar apoios de diferentes matizes, porém, tem pela frente uma sangrenta batalha com data e hora marcadas. O movimento de hoje não ficará sem resposta, sobretudo por parte dos signatários da peça de Impeachment apresentada, juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal – representação ingressada na Câmara dos Deputados no dia 21 de outubro de 2015, e que foi endossada por partidos de oposição.

Toda ação gera igual reação contrária, mas a intensidade da força pode ser muito maior. A pressão virá de todos os lados. A presidente Dilma está desconectada dos reais problemas pelos quais passa o Brasil, o seu governo é uma catástrofe, a governabilidade deixou de existir faz tempo. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e outros organismos de classe deverão se manifestar. Aguardemos com a mesma paciência que estamos esperando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar a ação movida pelo PSDB contra a campanha 2014 da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, por abuso de poder econômico e outros crimes eleitorais, como, por exemplo, o uso de dinheiro desviado dos cofres da Petrobras. Esse julgamento, sim, pode mudar o rumo da política brasileira e abrir uma nova página na história do Brasil.

Augusto Avlis

Navegue no Blog  opiniaosemfronteiras.com.br e você encontrará 709 artigos publicados em 14 Categorias. Boa leitura.

Avatar de Desconhecido

Sobre augustoavlis

Augusto Avlis nasceu no Rio de Janeiro na metade do século XX. Essa capital foi antes o Distrito Federal e o Estado da Guanabara. Profissionalizou-se em Marketing Operacional e fez parte, como Executivo, de multinacionais do segmento alimentício por mais de três décadas, além de Consultor de empresas. Formado em Comunicação Social, habilitou-se em Jornalismo. Ocupou cargo público como Secretário de Comunicação. Hoje dedica-se às atividades de escritor e cronista.

Discussão

2 comentários sobre “Cravando os cascos

  1. Avatar de Nicolau

    Agora os Bundões que votaram nos vagabundos do PT vão aguentar a merda do PT comunista!

    Publicado por Nicolau | 07/12/2015, 17:40

Deixe um comentário

Digite seu endereço de email para acompanhar esse blog e receber notificações de novos posts.

Junte-se a 148 outros assinantes
Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora