Dois bêbados
Governo reduz meta de superávit primário para 2015 de R$ 66,3 bilhões para R$ 8,7 bilhões, o equivalente a 0,15% do PIB, Produto Interno Bruto, que é a soma, em valores monetários, de todas as riquezas produzidas no país, ou seja, de todos os bens e serviços finais, durante um período de tempo. Na macroeconomia, o PIB é utilizado como indicador para quantificar a atividade econômica. Superávit primário é o dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas, exceto juros da dívida pública, por isso, ele é conhecido como a economia para pagar os juros.
Joaquim Levy, ministro da Fazenda, e Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, anunciaram hoje, quarta-feira, 22 de julho de 2015, esta redução e também o corte extra de R$ 8,6 bilhões do Orçamento da União. Era a prova que faltava para que o governo admitisse a crise, recessão em alta e a atividade produtiva em baixa.
O comportamento do governo pode ser comparado ao daquele vizinho que passa o ano inteiro fazendo festa atrás de festa e deixando de pagar as contas de aluguel, luz, água e esgoto, telefone, gás, IPTU, entre outras. Quando o vizinho corre o risco de ser despejado, de ter os serviços essenciais cortados, ele vem bater na nossa porta pedindo dinheiro emprestado para saldar as suas dívidas ou implorando que as paguemos em seu nome. É isso realmente que está acontecendo com os brasileiros, que estão sendo obrigados a pagar as contas do governo, que passou os últimos quatro anos e meio promovendo orgias com o dinheiro público, sobretudo em ano eleitoral, para corromper sistemas, organizações e grupos sociais. O governo gasta mais do que arrecada, não sabe controlar as despesas, de modo que a transparência nunca foi o seu forte, por conveniência claramente manifestada.
Na coletiva de apresentação dos cortes, Levy e Barbosa pareciam dois bêbados na beira do balcão de bar contando as moedas dos bolsos para ver se são suficientes para pagar a última dose de cachaça.
Augusto Avlis
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