Pelé e a Copa de 70.
Pelé afirmou que a Seleção da Copa de 70 era melhor que a de 2006. Pelé está corretíssimo. Só quem acompanha futebol e assistiu, no mínimo, a 10 Copas do Mundo, como eu, pode perfeitamente concordar com ele – e, vejam bem, não considerei as Copas de 58 (quando o Brasil se tornou campeão do mundo pela primeira vez), 62 (bi-campeão) e 66, quando tivemos a infelicidade de vermos Pelé fora da disputa por contusão. Também nessas três Copas era torcedor vibrante, de modo que não é nenhum exagero afirmar que as Seleções de 1958 e 1962 são as únicas que podem ser comparadas à de 70, quando fomos tri-campeões. A partir daí, formou-se um divisor-de-águas no futebol brasileiro, onde o futebol arte, patriótico, de amor à camisa, cedeu lugar aos interesses mercantilistas sejam nacionais como internacionais. Discutir sobre futebol, mulher e preferências sexuais geralmente não se chega a um denominador comum, mas é bom lembrar aos mais novos, e potencialmente exaltados torcedores, que em 1970 o Brasil foi para o México com uma Seleção ímpar, sem igual, excepcional, incomparável, singular; era a própria unicidade; dotada do espírito “Um por todos e todos por um”; um time que não estava preocupado com a mídia, com os holofotes ou questões pessoais – só com a vitória. O futebol moderno tem muito que aprender com a sua própria história, com as glórias dos ídolos como Pelé, Mazzola, Vavá, Zagallo, Didi, Djalma Santos, Gilmar, Belini, Garrincha, Nilton Santos, Rivelino, Carlos Alberto Torres, enfim, com tantos outros. (Artigo escrito em Junho de 2006).
Augusto Avlis
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