O Ministério da Saúde, através das redes sociais, lançou no último final de semana uma campanha com o fim de reduzir o conceito de que a prostituição esteja ligada à infecção pelo vírus HIV. O ministro da pasta, Alexandre Rocha Santos Padilha (PT/SP), disse em entrevista concedida ontem, terça-feira, dia 04, que o material impresso com a campanha “Eu sou feliz sendo prostituta” não será utilizado na campanha do Ministério da Saúde. O impresso foi produzido numa oficina de comunicação em saúde para “Profissionais do Sexo”, na cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. Circulará na Internet até dia 02 de julho deste ano. A campanha presta homenagem à Rosarina Sampaio, uma das fundadoras da Federação Nacional das Trabalhadoras do Sexo e membro do fórum que criou a APROCE – Associação das Prostitutas do Ceará. Rosarina Sampaio morreu no dia 25 de março de 2013.
“Enquanto eu for ministro, não acho que essa tem que ser uma mensagem passada pelo ministério. Nós teremos mensagens restritas à orientação sobre a prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Respeito às entidades e aos movimentos que queiram passar essa mensagem, mas é papel deles. O papel do Ministério da Saúde é estimular a prevenção às DST. […] Não é a primeira vez que o ministério faz campanhas, ações e materiais específicos para grupos específicos que são mais vulneráveis às DST. Não tem remédio, então o Ministério da Saúde toda vez ouve organizações, ouve essas pessoas, para saber qual é a melhor forma de chegar essa mensagem. […] Não existirá nenhum material assinado pelo Ministério da Saúde que não seja material restrito às orientações de como se prevenir das DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis”.
Alexandre Padilha – Ministro da Saúde
O tema da mobilização nacional proposto pelo Ministério da Saúde é “Sem vergonha de usar camisinha”, celebrando o “Dia Internacional das Prostitutas”, comemorado no último domingo, dia 02. Neste mesmo dia aconteceu a 17ª edição da Parada do Orgulho LGBT na Avenida Paulista, em São Paulo. O governo federal mais uma vez mostra incompetência no conteúdo e na forma das suas propostas, não permitindo que a sociedade participe como deveria, dando a impressão de que os problemas são vistos sob óticas diferentes. Quando os nossos políticos não puderem obter dividendos eleitorais, jamais trarão para o centro dos debates questões como enfrentamento aos preconceitos, discriminação e toda a forma de violência praticada contra os cidadãos. De volta ao “Prostíbulo Brasiliense”, concluo que os políticos brasileiros, meretrizes de ocasião, têm menos dignidade do que as prostitutas comuns – enquanto estas exercem o meretrício por profissão constituída, os “Filhos das Putas” dos políticos conseguem roubar até o dinheiro delas, desrespeitar a profissão mais antiga do mundo, confundir o que seria uma puta campanha e não reconhecer o vínculo de maternidade.
Augusto Avlis
Discussão
Nenhum comentário ainda.