Leia o que eu escrevi
Numa sexta-feira, 06 de outubro de 2006.
O pior cego
Nos últimos tempos, a opinião pública nunca foi tão subliminarmente “trabalhada” pelo Poder constituído, sobretudo da parcela da população considerada analfabeta, no sentido de “muito ignorante”, que se vende por um ralo pacote de benesses. Não fosse assim, a sociedade civil já teria se engajado numa corrente para a deposição do presidente da República, no mínimo por crime de omissão, juntamente com os seus fiéis asseclas. Motivos existem aos borbotões. O problema é que cresce a cada dia o número de coniventes no Governo – uma ação premeditada para dissipar os focos das denúncias e dificultar a atribuição de culpabilidade. O lado podre da política brasileira exibe suas vísceras a céu aberto, sem se incomodar com a presença de aves predadoras, que de certa forma são atraídas por um indicado qualquer; esse “único alguém”, sangrado impiedosamente na véspera da imolação. No abstracionismo político, somos o absurdo retratado aos olhos da pávida inconsequência. Carcomidas de plantão observam.
O oportuno artigo “Xô, aloprados” (Jornal A GAZETA, 27/9/2006), de autoria do empresário e escritor Carlos Lindenberg Filho, expõe com objetividade o maquiavelismo palaciano, o estilo urdido de Lula diante de seus companheiros que participaram do esquema de compra de um dossiê contra candidatos do PSDB. Em que pese estar em cartaz o filme “O império da burrice contra-ataca”, e o bramido dos ímpios veementes, está claro que o Governo federal não tem interesse em desvendar a origem da dinheirama apreendida (R$ 1,7 milhão) em poder dos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha, até porque, se desvendado o mistério, restaria ao PT assumir a condição de réu confesso e mostrar a cara de quem prefira se esconder na sombra da conveniência, permanecendo assim seja qual for o resultado do 2º turno das eleições. Essa grana não é nenhum caraminguá. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, deixou transparecer que a explicação sobre a procedência dessa quantia só será possível após as eleições. Depois do 2º turno, ou em 2010? Penso que caiu mais uma mosca na sopa do Executivo. Thomaz Bastos será mais um aloprado? É possível que a autoblindagem de Lula não tenha um ponto vulnerável?
Carlos Lindenberg Filho tem toda razão quando afirma: “Não me consta que a história brasileira tenha registrado tantos e tão polêmicos escândalos sem que o presidente da República tivesse sido declarado co-responsável por eles”. A sordidez e o cinismo dos acusados desqualificam as provas, tornando-as inúteis – ocultá-las é só perda de tempo, face às circunstâncias. A corrupção subverte sistemas, daí a grande responsabilidade da imprensa em não arrefecer os noticiários. Lula é o principal artífice de tudo que está acontecendo de ruim nas entranhas do Poder. Sua benevolência é acintosa; sua relação com os amigos companheiros me faz lembrar uma ama-de-leite. O slogan “Cortar na própria carne”, por ele usado corriqueiramente como mote de campanha, não passa de um transplante de membros doentes por outros carcinomas. Tem horas que pinta um saudosismo masoquista dos anos de repressão. As porradas que eu levei da PE (Polícia do Exército) ainda me doem nas costas; mas, atrás das dores causadas pelos cassetetes havia causa porque lutar, e não nos curvávamos diante da dominação armada. Aquela geração de heróis se foi, e hoje o que se vê são melancólicos órfãos do patriotismo, que lambem as mãos dos malucos e recebem em troca cusparadas no rosto. A vergonha foi engolida pelo desamor. O Brasil não é mais amado. O pior cego é aquele que não quer ver!
Augusto Avlis
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Sim existia repressão, mas se vc andasse direito nada te acontecia, vc era obrigado a andar com documentos e provar que trabalhava. Não havia tantos roubos, corrupção, mentiras, negociatas,falcatruas. Hoje é banal ver tudo isso, cadê o patriotismo dessas pessoas. Precisamos consertar nosso Brasil. Ainda dá tempo, mudanças são benéficas, trás força nova, revigora, é bom para o país, vamos arrumar nossa casa, nunca permitam que partido ou pessoas tirem nossa liberdade.
Minha geração está passando. Temo pela sorte das próximas gerações. Ainda tenho forças para lutar por algo que acredito, e isso inclui um país livre do comunismo, livre dos falsos brasileiros vendilhões da Pátria.
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”.
Abraham Lincoln
Essa é a esperança que me move, que me faz acreditar que a mudança não tarda.
Forte abraço,
Augusto Avlis