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Política

Qualidade de vida – 1ª parte

1A realidade é constrangedora. Dificilmente veremos significativa mudança de consciência. A cada eleição comprova-se a reedição da mesma sistemática – partidos políticos e candidatos sempre agindo da mesma forma. Campanhas recheadas de retóricas presunçosas. Os famosos ‘marqueteiros’ fazendo bom uso de mecanismos para enganar a massa de eleitores omissos e comprovadamente despreparados – discursos enfadonhos colocados na boca dos proponentes a cargos eletivos. Na mídia, debates desnecessários; script anunciado. Ao final dos embates sempre fica um vazio danado e a perspectiva de real mudança ainda um horizonte perdido. Um jogo entre ataque e defesa, entre acusação e desfaçatez, um salve-se quem puder. Sem contar que os eleitores, na sua esmagadora maioria, fazem ouvidos de mercador por declarado desinteresse. Ao separar o joio do trigo corremos o risco de confundi-los. Na verdade, não devemos colocar todos os ovos na mesma cesta, porém, saber selecioná-los ainda é uma questão a ser resolvida.

A Band (Grupo Bandeirantes) realizará o primeiro debate entre os “presidenciáveis” no próximo dia 21, daqui a 10 dias, ao vivo e a cores, para todo o Brasil. Preparem a pipoca de cinema e a cancerígena Coca-Cola. Da parte dos telespectadores com certeza não haverá expectativas, de modo que também não confrontarão os pensamentos, as opiniões ou as ideias dos políticos candidatos, porque o desencanto já se apoderou do povo brasileiro, que votará por obrigação, puxado pelo cabresto – não por devoção, espontaneidade, ou ato de cidadania. Infelizmente. Numa sequência de “ante”, digo que o horário eleitoral é estressante, desgastante e pouco informante. Não forma juízo de valor. O fato é que o eleitor indeciso continuará indeciso; este seguirá o estouro da boiada e ficará de olho no primeiro nome da lista. A cultura política do brasileiro não o habilita a votar com qualidade. Ele conhece os candidatos somente pela cara, sem analisar currículo, histórico político, realizações, ficha corrida, enfim. Todos os candidatos falam no quê fazer para melhorar a situação segundo contexto pragmático e programático. Aquela perguntinha mágica que nunca é respondida: Como? No final, prevalecerão o jogo de cena, o ‘menos pior’, o candidato que melhor acreditar nas suas mentiras – passadas como verdades absolutas. Valores imperativos no jogo político. A política brasileira, como ela é, não pode continuar, seria uma desgraça total. Os atuais governantes não podem ficar no poder pelo bem do país e do povo.

O 1° turno das eleições ocorrerá no dia 5 de outubro de 2014 e o 2° turno será no dia 26, vinte e um dias depois. No intervalo entre as duas datas mobilizam-se as “costureiras” para as indispensáveis costuras políticas de base. O importante é que os políticos se comprometam com uma agenda positiva a partir da pauta de reivindicações: Saúde, Segurança, Emprego e renda, Educação, entre outras necessidades básicas como Moradia, Alimentação, Transporte. O cidadão precisa de uma identidade (conjunto de caracteres próprios e exclusivos), ser qualificado e respeitado como tal. O pleno exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais, prescritos na Constituição do país, depende exclusivamente do espírito de Cidadania – cada indivíduo deve se considerar um agente público, jamais um “objeto de dominação”, portanto, cumprir obrigações e exigir direitos são práticas inalienáveis que o colocam a um passo da liberdade. Qualidade de vida engloba tudo isso, de modo que o “Princípio da dignidade da pessoa humana” é decorrência direta, e constitui o princípio máximo do Estado Democrático de Direito.

Augusto Avlis

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Sobre augustoavlis

Augusto Avlis nasceu no Rio de Janeiro na metade do século XX. Essa capital foi antes o Distrito Federal e o Estado da Guanabara. Profissionalizou-se em Marketing Operacional e fez parte, como Executivo, de multinacionais do segmento alimentício por mais de três décadas, além de Consultor de empresas. Formado em Comunicação Social, habilitou-se em Jornalismo. Ocupou cargo público como Secretário de Comunicação. Hoje dedica-se às atividades de escritor e cronista.

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