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Política

Estádio demolido.  

Estádio demolido.  

Eu começo esta matéria com uma importante reflexão, exigida para o grave e surreal momento que todos nós estamos vivendo no Brasil. Não estou me referindo a 1964; falo do ano de 2022, que terminará de forma agonizante. Talvez a história seja escrita com sangue. Sem referências morais e éticas os indivíduos maléficos, presentes em larga escala nos grupos sociais, vêm praticando crimes de toda ordem por duas razões: primeira, sentem-se estimulados pelos maus exemplos vindos das Instâncias superiores, sobretudo da Justiça; segunda razão, certeza da impunidade. A não aplicação de uma pena a um determinado crime leva a sociedade do bem a pensar no resgate da Lei de Talião (Pena de Talião), que simplesmente consiste na “rigorosa reciprocidade do crime e da pena” – se alguém me fizer mal fique certo que pagará na mesma moeda. Simples assim. A barbárie está brotando do pântano.

A retaliação, portanto, numa visão geral, seria a melhor forma de impor punição e/ou castigo aos criminosos. Pensar nessa possibilidade parece insano, mas, estamos caminhando pra isso. Essa história de dar a outra face da cara pra bandido bater não existe mais, virou romance de mau gosto. Mesmo que tentem tirar as armas de fogo das nossas mãos, cidadãos de bem, temos outros meios para consegui-las de volta. Alguém duvida?   

Fazer coisa errada não é mais motivo para despertar sentimento de medo, ou de arrependimento. A sociedade está doente e precisa urgentemente de tratamento. O comportamento humano deveria ser guiado por bons princípios, como forma de orientação e disciplina. Todavia, não é o que está ocorrendo, sobretudo a partir do meio da pirâmide social para baixo. Os reflexos desse fenômeno são extremamente preocupantes: distorção da realidade, inversão de valores, exortação do desrespeito à essência das normas vigentes. Onde a ordem deixa de ser prevalente, a baderna se instala.

O Supremo Tribunal Federal (STF) “descondenou” o Luladrão e o trouxe de volta ao jogo político, habilitando-o como candidato a Presidente da República nas Eleições de 2022. Coube ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a missão de elegê-lo – e conseguiu! Os expedientes empregados por estes dois Tribunais todos nós conhecemos de cor e salteado. A partir desses maus exemplos os Tribunais inferiores ficam contaminados, e os cidadãos comuns se perguntam: O que será de todos nós, submetidos à tão absurda jurisprudência? Meu Deus! Relaxa e goza, será mais fácil e menos dolorido.

Na perspectiva desses Tribunais, a “nomeação” de Lula pelas vias indiretas não tem a menor importância, porque maiores projetos de poder estão em andamento no Brasil. Ressuscitar a figura do Luladrão foi só um pretexto para a máquina de moer carne humana impor a sua volúpia – através dele. Num “jogo comprado”, onde as torcidas e os jogadores patrióticos foram humilhados, os juízes estabeleceram previamente o resultado inquestionável da partida. Esses mesmos juízes ainda impuseram a seguinte regra: “Não adianta espernear porque nós estamos com o apito na boca e a súmula na mão”. A gente sabe que eles têm o poder de alterá-la quando querem.

O honesto adversário, reconhecidamente prejudicado, está tentando por vias legais anular o jogo junto aos céus, alegando ter sofrido gols de impedimento, muitas faltas e pênaltis não marcados. Por ora, a bola sumiu e as luzes do campo foram apagadas. Depois disso, impossível se estabelecer a pacificação das duas torcidas. Entre elas já houve a ruptura institucional; a constitucional nem se fala. A discussão acalorada perdurará por mais duas gerações – só não sabemos se sobreviverão aos futuros atos inconstitucionais, que começam a dar sinais claros de que recrudescerão aos gritos vindos das bambas arquibancadas. Fato é que os estragos demandarão muito tempo para serem consertados, à base de lágrimas e muito sofrimento. Justiça, um estádio demolido.

Augusto Avlis

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Sobre augustoavlis

Augusto Avlis nasceu no Rio de Janeiro na metade do século XX. Essa capital foi antes o Distrito Federal e o Estado da Guanabara. Profissionalizou-se em Marketing Operacional e fez parte, como Executivo, de multinacionais do segmento alimentício por mais de três décadas, além de Consultor de empresas. Formado em Comunicação Social, habilitou-se em Jornalismo. Ocupou cargo público como Secretário de Comunicação. Hoje dedica-se às atividades de escritor e cronista.

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