Saudades do Barbosa.
Amigos e fiéis leitores, não basta o fato dos veículos de comunicação, declaradamente esquerdistas, assumirem, de forma explícita, a condição de simpatizantes e militantes do ideário comunista-socialista. Agora eles estão recriando a figura do “X9” para atuar nas suas redações com o objetivo de dedurar, denunciar os colegas de profissão que externem pensamentos discordantes e todos aqueles que se rebelem contra o sistema (Establishment) – os escolhidos da vez para o ritual de imolação. Esses dedo-duros e alcaguetes “filhos da puta” ainda ajudam a criar redes de mentiras e disseminá-las por todo o país. O caos informacional está implantado com todos os seus requintes.
O mundo do crime está repleto de informantes que entregam os próprios parceiros, ou seja quem for, para a Polícia (igualmente criminosa porque se mostra incompetente para investigar), para os rivais e para os comandos das organizações as quais pertencem. A Polícia, os rivais e os comandos se encarregam de impor as penas convenientes. Na suja política brasileira não é diferente, de modo que a figura do “X9” também existe, com uma diferença, todo mundo sabe quem é. Nas casas legislativas ocorre outra prática, a fratricida – uma pena imposta pelos dois lados do crime.
Por prerrogativa constitucional, considero-me Jornalista, com “J” maiúsculo, há quase 04 (quatro) décadas. Muito embora eu não tenha me dedicado ao exercício desta excelsa profissão todo esse tempo. Isso não implica dizer que deixei de lutar diuturnamente pela liberdade de opinião, de expressão. Confesso que jamais vivenciei algo de tão grave no cenário político do país; sem precedentes na história. Difícil reunir as informações em sua mínima parte para passá-las aos meus fiéis seguidores com a credibilidade necessária; no Brasil de hoje isso fica quase que impossível diante de uma avalanche de acontecimentos dissonantes. Vocês devem ter percebido que eu estou me limitando a fazer rodeios.
Quando percebo que a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) renunciou às suas responsabilidades como cerra-fila, “com a missão de cuidar da correção da marcha e de zelar pela disciplina dos profissionais de imprensa”, eu me sinto um órfão de pai e mãe. Na HOME da ABI (Institucional), vemos um pouco da sua história: “A história da fundação da ABI se confunde com a de seu perseverante idealizador Gustavo de Lacerda. Criada em 07 de abril de 1908, seu principal objetivo era assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e tornar-se um centro poderoso de ação. Segundo o próprio Lacerda, a Associação deveria ser um campo neutro em que se pudessem abrigar todos os trabalhadores da imprensa”.
Entristece-me o fato de constatar que um dos principais objetivos da fundação da ABI em tornar-se um “centro poderoso de ação”, há tempos deixou de ser. No passado o era, como foi a sua participação nas “Diretas Já”, um movimento político de cunho popular que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo de presidente da República do Brasil. No triste momento da história política que vivemos hoje, em que a nação brasileira está pegando fogo em todos os cantos, a ABI não se manifesta. Na defesa da Democracia e da liberdade de opinião a ABI atuava ferrenha nessas causas, sendo que hoje optou pelo lado errado e se omite, jogando nas ravinas a sua missão, passando de “campo neutro” para partidário de um lado só.
Alegra-me um pedaço da história da ABI: “Outro importante ícone da história da ABI foi Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho, que lutava por ideais nacionalistas e via sua profissão como um meio de levar a população brasileira à conscientização política e social. Em 1926, aos 29 anos de idade, assumiu pela primeira vez a Presidência da Casa. Durante seu quarto mandato, em 1992, foi o responsável direto pelo pedido da abertura do impeachment de Fernando Collor de Mello e o primeiro orador inscrito para defender o processo”.
Tive o imenso prazer de conhecer Barbosa Lima Sobrinho, então presidente da ABI. Foi ele quem assinou a minha ficha de inscrição na casa e a minha primeira carteira de sócio colaborador. Personalidade como Barbosa Lima Sobrinho não existe mais. Perde a imprensa, perde o Brasil.
Augusto Avlis
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