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Política

Luz nas trevas.

Luz nas trevas.

Na faculdade de Comunicação Social, especialidade em Jornalismo, eu aprendi que “o texto final é escrito a partir dos dados obtidos na apuração ou reportagem, sobretudo de campo. O profissional especializado na elaboração do texto final é chamado de Redator e o produto de seu trabalho geralmente são matérias publicáveis”. Olha minha gente, isso foi no início da década de 80 do século passado. O tempo passou rápido demais e eu não me dei conta. Os jornalistas de sapatos Alpargatas tinham que se virar nos 30, numa época em que Internet, celular, computador e outros dispositivos eram ferramentas inexistentes. Mas tudo funcionava na mais perfeita “ordem honesta”.

Ocorre que a evolução da profissão, por si, provocou mudanças substanciais na forma de se fazer jornalismo no Brasil. Para se ter uma ideia, o jornalista hoje faz tudo, de olhos abertos para a obter a EXCLUSIVIDADE da notícia. Ele consolida as fontes de informações, umas quase confiáveis e outras tantas fofoqueiras; redige o texto final, seguindo a linha editorial; e manda a matéria pra frente. A velocidade com que estes procedimentos ocorrem põe em risco a qualidade do que vai ser ouvido, lido e/ou observado na ponta da linha pelos consumidores de informações – que falam por instinto primitivo. Com o advento da tecnologia de nuvem não há tempo para revisões de texto, como no passado; basta a verificação ortográfica e gramatical disponibilizada pela Microsoft Office Word e por sistemas similares. No campo das ideias não há espaço para discussões, de modo que as pessoas estão sendo preparadas para “engolirem” scripts maliciosos antes mesmo de degustá-los – perderam o direito até de arrotar, caso contrário perdem as dentaduras.

Outra questão colocada trata da “desconsideração” do público alvo em seus diversos níveis de exigência, o que gera o fenômeno do “nivelamento por baixo” das notícias dadas – a falta de conteúdo verdadeiro é um meio repetitivo para se atrair a base da pirâmide social (é verdade) que define certas situações, como pleitos eleitorais, por exemplo. Reside aqui nesse processo um enorme perigo despercebido, na medida em que, em pleno século XXI do terceiro milênio, não seria admissível a existência de massas de manobra a mercê de ideologias políticas, considerando a natural evolução educacional. A provocada desconexão com o mundo real parte da conexão das mentes – por afinidade. Sigas os bons e serás um deles.

Fato é que, não só existem os gigantescos grupamentos humanos com diminuto discernimento, como também são direcionados para outros fins nada republicanos. As políticas educacionais adotadas, sobretudo nos governos do PT, segundo cartilha do falecido “pensador” Paulo Freire, arruinaram de vez a possibilidade de melhorar a capacidade de interpretação das novas gerações – elas crescem, se reproduzem, e continuam não entendendo nada do que se passa à sua volta. Para se consertar o estrago levará longo tempo. Portanto, esta é uma das razões pelas quais o mau jornalismo é aplaudido, que não precisa fazer muito esforço para conquistar mentes vazias e despreparadas. Importante frisar uma coisa: “As massas de manobra quando utilizadas para atenderem a interesses terão as suas vontades subjugadas”. Quando jogamos luz nas trevas os vampiros queimam.

Augusto Avlis

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Sobre augustoavlis

Augusto Avlis nasceu no Rio de Janeiro na metade do século XX. Essa capital foi antes o Distrito Federal e o Estado da Guanabara. Profissionalizou-se em Marketing Operacional e fez parte, como Executivo, de multinacionais do segmento alimentício por mais de três décadas, além de Consultor de empresas. Formado em Comunicação Social, habilitou-se em Jornalismo. Ocupou cargo público como Secretário de Comunicação. Hoje dedica-se às atividades de escritor e cronista.

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