>
Você está lendo...
Política

Doenças terminais!

Doenças terminais!

Quando o médico suspeita que o paciente apresenta sintomas de doença grave ele pede a realização de exames de imagem, como o raio X, a ressonância magnética e a tomografia, para, então, estabelecer o seu diagnóstico. Um procedimento corretíssimo quando parte de um profissional da medicina compromissado com o restabelecimento do quadro de saúde das pessoas. Leia-se: O diagnóstico deve ter em conta não apenas os sintomas, mas, também, o historial médico do doente”. Ou seja, a curva de evolução da doença.

Aqui não se trata de ponto fora da curva ou vice-versa, muito embora a “ordem” que um dia nos balizou hoje está totalmente invertida, sem dar sinais de recuo. Existem doenças persistentes “que continuam presentes por um período posterior ao do seu desaparecimento normal”, mas que são curadas com “tratamento de choque”; método mais eficiente de solucionar um problema com ações drásticas, de forma enérgica, porém pacíficas, com doses cada vez maiores para afastar de vez o homem da foice – símbolo da morte.

O Brasil, como Estado-nação, é um “corpo vivo”, que pulsa, habitado por um povo que ainda está construindo a sua própria história, mas que padece de doenças congênitas (anomalias congênitas), apesar de identificadas as alterações orgânicas ou funcionais. Portanto, sofrer de mal físico ou moral não é uma opção, é consequência direta do processo de construção da história num momento em que todas as referências foram perdidas ou apagadas propositalmente, ficaram em algum lugar ou época do passado recente. Nada do que for prescrito (ordenado explicitamente) daqui pra frente servirá como salvação do Estado-nação. Ou os obreiros encontrem rapidamente a cura por seus próprios meios, ou que fiquem parados onde estão à espera de milagres – que certamente não virão.

Imaginemos o dono de um hospital resolver, de uma hora pra outra, demitir todo o Corpo Clínico especializado, todas as equipes de enfermagem e demais quadros de apoio. Em seguida, este mesmo sócio-proprietário do bendito hospital, promover uma radical substituição por médicos com CRM cassado, por equipes de enfermagem sem qualquer qualificação para prestar assistência aos pacientes, por quadros de funcionários administrativos que não são técnico-científicos e, portanto, não gozam de autonomia profissional. Qual será o resultado disso? A resposta é simples; do ponto de vista da medicina, todos os casos transformar-se-ão em “doenças terminais”, não respondendo a tratamentos, com tendência a piorar e, por fim, causando mortes nos corredores da esperança. O Brasil de hoje é este vasto hospital com UTIs lotadas, e nós, brasileiros enfermos, enquanto no aguardo de vagas, pagaremos os funerais dos que partiram, e os homens da foice serão a nossa eterna sombra.

Augusto Avlis

Navegue no Blog  opiniaosemfronteiras.com.br e você encontrará 1.079 artigos publicados em 16 Categorias. Boa leitura.

Avatar de Desconhecido

Sobre augustoavlis

Augusto Avlis nasceu no Rio de Janeiro na metade do século XX. Essa capital foi antes o Distrito Federal e o Estado da Guanabara. Profissionalizou-se em Marketing Operacional e fez parte, como Executivo, de multinacionais do segmento alimentício por mais de três décadas, além de Consultor de empresas. Formado em Comunicação Social, habilitou-se em Jornalismo. Ocupou cargo público como Secretário de Comunicação. Hoje dedica-se às atividades de escritor e cronista.

Discussão

Nenhum comentário ainda.

Deixe um comentário

Digite seu endereço de email para acompanhar esse blog e receber notificações de novos posts.

Junte-se a 148 outros assinantes
Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora